Dia das Mães também é Dia da Saudade...
Nem todo coração bate em festa no Dia das Mães. Para muitos, esse dia chega silencioso, com uma pontada de saudade que aperta o peito e embaça os olhos.
Há quem sinta falta porque a mãe partiu — e o mundo ficou um pouco mais frio, um pouco mais vazio. A cadeira à mesa segue posta no imaginário, o cheiro do café da manhã parece ainda pairar no ar, mas o abraço não vem. Fica o eco da voz, a lembrança dos gestos, a vontade de mais um domingo ao lado.
Há quem esteja longe, separado por quilômetros de estrada, oceanos ou muros da vida. A saudade mora na ausência do toque, no beijo que virou ligação, no “mãe, estou com saudades” dito com um nó na garganta.
E há também a saudade difícil de explicar — a que nasce do afastamento de ideias, das feridas mal curadas, das palavras duras ditas quando o amor estava tentando ser entendido. É a ausência que ainda respira, mas não se aproxima.
Por fim, há a saudade silenciosa daqueles que convivem com a mãe todos os dias, mas a veem se afastar pouco a pouco por causa da demência. Ela está ali — mas não está. Os olhos são os mesmos, mas o reconhecimento se desfaz, e o vínculo precisa se reinventar a cada dia.
Neste Dia das Mães, que o amor abrace também os filhos da saudade. Que cada lembrança vire afeto. Que cada ausência seja respeitada. E que o coração de quem sente falta encontre, de alguma forma, um colo — mesmo que só em pensamento.
Porque amor de mãe não se apaga. Apenas muda de lugar.